ENCONTROS?

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NOTÍCIAS

Olá!

Apesar de meu desaparecimento, não abandonei este blog. Algumas questões pessoais e um tanto íntimas me afastaram um pouco dele, mas este período está prestes a acabar.
Sem prometer nenhum outro artigo tão logo, passo aqui pelo menos para deixar novamente a dica do Projeto Luxúria (http://www.projetoluxuria.com.br/).




Para quem está cansado de festas comuns, vale a pena.
Para quem está cansado de comuns, vale a pena.
Só não vale a pena para quem é comum.
Até lá e grande abraço a todos.

CigarMaster.

NÃO ESQUECER DE...

Quem acompanha este blog e já leu outros textos daqui sabe que os tipos de relacionamentos BDSM são muitos, e que cada um tem a sua forma de gostar. Tendo em vista o seu jeito, veja alguns pontos básicos para refletir sobre os papéis. Chamarei aqui de Mestre e escravo para me referir aos dois lados, mas entenda Mestre / escravo, Dono / cão, Pai / filho, Sir / boy, Dominador / submisso, etc, como for sua preferência, tendência, vontade ou verdade. Atenção: não são SOMENTE estas coisas, mas são estas coisas TAMBÉM.

>>>O Psíquico



>> Sobre o domínio da relação;
A não ser aqueles Mestres que têm a predileção pelos escravos rebeldes, tenho certeza a maioria gosta daqueles que abaixam a cabeça e esperam a próxima ordem. Assim como nem sempre é fácil para um homem assumir que abaixará a cabeça diante de outro homem, não é sempre tão óbvio que nós, Mestres, a partir de tal momento, teremos controle de tudo que se passa. Podemos saber conscientemente, mas até mais experientes hesitam em algum momento, por vezes esquecem que têm a voz de comando, que podem e dever tomar uma decisão pelo seu escravo. E sim, é exatamente isto que o escravo espera e deseja: nosso comando.
>>A adequação;
Refletir sobre o que, como e onde se deve falar é necessário. Claro que simplesmente ir pelo fator “tesão” é gostoso e tem que ser assim mesmo. Mas em se tratando de um jogo psicológico onde as duas partes estão tão intrinsecamente envolvidas, esta reflexão pode evitar algumas situações bem desagradáveis. Mandar o escravo limpar todas as suas botas em um dia pode soar um castigo, mas também pode indicar o tipo de relação que você quer ter com ele. Se der esta ordem depois de ele ter feito algo errado, vai indicar a primeira hipótese. Se der esta ordem enquanto estão conversando sobre a relação e combinando limites, ele vai compreender que se trata do segundo caso.
>>A atenção ao que ocorre;
Sabemos que dentro ou fora deste mundo, gemidos podem indicar muito prazer, o choro, a dor. Além destes óbvios indicativos, quais outros podem nos dar idéia se aquele é o caminho a seguir? Estando no comando, observar se o escravo está mais triste ou mais contente, mais animado ou desanimado, demonstra desejo ou desânimo, nos dá uma boa dica para onde esta relação vai, que caminho está seguindo.
>>O conhecimento prévio;
Antes de tratar seu escravo como cão, não se esqueça de pensar se esta é realmente a “viagem” dele. Antes de castigá-lo com rejeição, tente pensar um pouco em como isto o afetará. Não temos que fazer somente o que o escravo quer e espera, mas passar dos limites nesta área pode não ser tão bom.
>>O inesperado;
E quando há alguma discórdia mais grave entre o Mestre e o escravo? Ou logo após uma bronca mais severa, o último começa a chorar, deprimido? Sentar juntos e decidir o melhor remédio para aquilo não ocorrer mais é uma resolução que não só do âmbito BDSM, mas de qualquer outro. A diferença aqui é que os motivos podem ser mais peculiares. E que havendo um impasse muito grande, minha opinião é que a palavra do Mestre deva prevalecer.

>>>O Físico


>>Sobre o domínio da cena;
A cena que falo aqui é a sadomasoquista que envolve Dominação / submissão e também cordas, algemas, vendas, mordaças, separadores de pernas, correntes, coleiras, guias, silver tape, etc. Estes itens são importantes, havendo o gozo em usá-los ou então sendo necessários. O domínio ou imobilização também pode se dar verbalmente, por ordens ou proibições e, então, fatalmente, tange o lado psíquico. Não se esqueça: você, Mestre, está no comando e isto não foi imposto a você nem ao escravo. Os dois querem e decidiram isto. Use este poder.
>>A adequação;
Algumas perguntas resumem aqui o que quero dizer: é adequado fazer o escravo chorar de tanto apanhar em seu primeiro contato com o BDSM? E dar um tapa quando o escravo está acostumado a levar 50 cintadas? O Mestre é que decide o próximo estímulo e o escravo espera que ele seja coerente. Nenhum escravo procura ter um contato físico com um Mestre que vai machucá-lo de verdade, mas tampouco só fazer carinho.
>>A atenção ao que ocorre;
Dependendo do tipo de contato em jogo, da cena que é, uma ou outra atenção é mais importante. A respiração, consciência, onde o escravo reclama de dor, a cor e a temperatura da pele são alguns dos fatores importantes.
>>O conhecimento prévio;
Não é que tudo tenha que ser discutido, todas as taras, fetiches, fantasias, práticas, desejos. Mas algum conhecimento sobre as excitações do seu (futuro) escravo é necessário. Só não deixe também de indicar suas vontades, com certeza ele quer saber o que te agrada. Geralmente, a maior preocupação do escravo é agradar o Mestre, da forma que for, onde for, quando for. E há uma beleza espantosa nisto.
>>O inesperado.
Um Mestre que tenha cuidado consigo e com seu escravo não deverá ter grandes problemas na hora de alguma cena intensa. O básico, geral: é lembrar que os nós não devem prender o sangue, qualquer coisa no pescoço deve ter atenção redobrada, assim como objetos cortantes, perfurantes. Cuidar para que nada afete os olhos, nem líquidos, objetos ou mesmo tapas. Em contato com o ânus, camisinha e luvas cirúrgicas sempre.

>>> A hora de parar
Tanto o psíquico quanto o físico têm seus limites. Alguns deles eu já presenciei, outros só conheço teoricamente. Ainda bem. Mesmo achando que não vamos chegar nem perto deles, o Mestre é o principal responsável por trazer o assunto à tona. Assim sendo, é sempre acertado combinar uma “safe word”, ou algo que do tipo.

“Se você estalar os dedos, paramos tudo, entendido escravo?”
“Sim senhor, Mestre”

Até a próxima.

CigarMaster

ESTA SEMANA ESPECIAL

Procurando algum lugar onde encontre o BDSM ou pelo menos relacionado? Algumas dicas abaixo. Sim, estarei presente em alguns deles. E que todos tenhamos não só festas neste feriadão, mas também o mínimo momento de reflexão sobre quais são as questões que envolvem nossa sexualidade hoje em dia.
Bom divertimento!
CigarMaster













O SEXO NÃO GENITAL

Primeiramente, sua definição: aquele ato que é erótico, sexual, mas que não envolve penetração, nem oral e nem anal.
Você consegue se lembrar de sua primeira consciente excitação sexual? Alguns até conseguem. Mas e da emoção? Do sentimento? Talvez o suor nas mãos, a queimação na testa, o rosto corado (de vergonha ou tesão?). Então coloco neste questionamento também O QUE ou QUEM provocou aquela excitação. Pode ter sido uma foto, um vídeo, uma cena na rua. Mas e se foi um amigo tomando banho? O melhor amigo se vestindo no quarto ou o primo colocando uma sunga. Pode ser que você tenha se masturbado depois pensando no objeto da excitação. Talvez não logo depois, mas deve ter acontecido em algum momento. Já quando começamos a nos interessar por alguém, a situação é diferente. Paquera, olhares. Para alguns é a mão na perna, por cima da calça. O beijo, o abraço, o toque. Tudo isso se torna muito mais intenso quando o contato físico com o outro sai do mundo das idéias.
Quando um médico examina alguma “parte baixa” de nosso corpo, pode ser ou não ser excitante. Tudo vai depender de quanto o médico é bonito / gostoso, do seu momento, suas fantasias, etc.
Estas experiências são sexuais? A resposta depende de cada um? Em nenhuma delas há penetração. E o gozo (ejaculação)? Há? Sempre?
Eu entendo (e provavelmente também maioria dos que lêem este blog) que o BDSM é mais elaborado, com mais conceitos formados, suas liturgias, rituais conscientes do que o ato sexual mais convencional, tradicional. Não conscientes talvez sejam nossos dispositivos para instigar nossos prazeres, físicos e / ou psicológicos.
E neste momento o BDSM se torna tão estimulante (muitíssimo para mim). Tal como todas aquelas experiências fora do mundo BDSM são sexuais sem envolverem o sexo, no BDSM isso também é possível (e desejado, na verdade). Não só eu, mas outros Mestres e escravos esperam por este contato sexual sem sexo. Acredito que cada laço estabelecido, cada relação concretizada, vá ter sua dose de sexo sem o sexo e de sexo com o sexo. Tendo em mente a singularidade de cada vínculo e de cada um dentro do vínculo, encontraremos inclusive aquelas mais extremistas (e posso falar por experiência própria dos dois extremos). Ou os que precisam da penetração, que não se sentem completos nem felizes sem ela e que é indispensável; ou o Mestre que, por exemplo, quer se encontrar com um escravo só para ter suas botas engraxadas e depois ir embora.
Muitos escravos têm o auge do prazer (com):

-Tortura;
-Espancamento / socos / chutes / tapas / chicotadas / cintadas;


-Humilhação;
-Pisadas;
-Mijos;



-Exposição pública;
-Confinamento;


-Vendas;
-Mordaças;
-Queimaduras de cigarros, charutos, ceras, velas;


-A indiferença do Mestre;
-Privação sensorial;




-Xingamentos;
-O controle de sua respiração por uma mão, máscara, fumaça ou outro objeto;

-Sendo um cão, animal de estimação;



-Sendo um móvel, objeto;
-Servindo de lixo, mictório, cinzeiro ou latrina;


-O carinho superior do Mestre;
-A proteção vinda do Mestre;
-Estimulação elétrica;
-Pregadores;



-Castidade forçada;
-O controle de seu orgasmo;
-Masturbação forçada;
-Exibicionismo;
-Imobilização;



-Ajoelhando-se diante do Mestre;
-Cuspe;
-Sondas;
-Sendo suspenso;
-Tortura genital;
-Sendo um servo literalmente.



Estas práticas (algumas instigando mais o lado psíquico do que o físico em si) são inúmeras, realmente incontáveis se nos lembrarmos de como é poderosa a imaginação humana. Obviamente alguns Mestres tendem a ter seu maior prazer também desta forma com seus escravos.
Há algumas áreas obscuras quando classificamos nosso prazer sexual em genital e não genital. Alguns exemplos são o fisting, os consolos, a tortura genital e a própria masturbação. Não envolvem a penetração anal e nem oral, e por isso não é sexo genital segundo a definição no começo deste texto. Mas elas envolvem áreas muito sexuais.
Terminando minha divagação filosófica, minha intenção aqui é chamar atenção para o BDSM que não exige a presença do sexo tradicional, aquele com penetração e às vezes nem mesmo o gozo se faz necessário.
O papel desta discussão é também fazer você (mais experiente) lembrar-se do dia que serviu de apoio ou descanso para o seu Mestre, e ficou mais excitado do que nunca. Ou então para meu colega leitor e Mestre que quase gozou ao ouvir o início de um choro de seu escravo apanhando.
E você que, mesmo inexperiente, acompanha este blog, fique com mais vontade a ponto de se arriscar na próxima oportunidade.
Até mais,
CigarMaster

O CÓDIGO DOS LENÇOS (THE HANKY CODES)

Talvez muitos não saibam, mas existe há algum tempo um código de cores / lenços para os chamados “leathermen” ou praticantes de BDSM conhecerem seus gostos logo que se conheciam, ou se avistavam. Embora pareça algo muito direto ou sem a antiga ansiedade para descobrir com quem está lidando, esta lista abaixo de cores de lenços pode salvar alguns de situações bem indesejadas ou então proporcionar o encontro ideal entre dois desconhecidos. Lenços usados com suas pontas para fora do bolso têm seus significados no mundo BDSM e garanto que não fará mal nenhum conhecê-los um pouco.
Há quem pense: eu nunca vou usar algum lenço colorido no bolso. Mas garanto que a curiosidade vai bater quando vir alguém usando.
O lenço usado no bolso ESQUERDO indica o ativo, dominador, mestre, o que fornece (qualquer que seja o fetiche), o que faz, manda, comanda.
Usado no bolso DIREITO identifica o seu usuário como o passivo, submisso, escravo, o que recebe (qualquer que seja o fetiche), o que espera ordens / uma atitude mais ativa do parceiro.
A lista é bem grande, mas acho que aqui temos o principal e mais conhecido.
A primeira definição é para quem usa o lenço no bolso esquerdo (ativo) e a segunda definição é para aquele que usa no bolso direito (passivo).

VERMELHO =
sabe, gosta de fistar / gosta de ser fistado
VERMELHO ESCURO =
fista com as duas mãos / consegue receber duas mãos
AMARELO =
fornece mijo / recebe mijo
AMARELO CLARO =
cospe / procura ser cuspido
BEGE =
faz rimming / recebe rimming (cunete)
VERDE MILITAR =
usa farda militar / procura um militar
VERDE ESCURO =
é coroa, mais velho / procura caras mais velhos
AZUL PETRÓLEO =
sabe fazer, gosta de tortura genital / gosta de receber a tortura
AZUL CELESTE =
procura 69 / topa outras coisas, menos 69
AZUL CLARO =
gosta de ser chupado / gosta de chupar
AZUL MÉDIO =
usa farda policial / procura um policial
AZUL MARINHO =
gosta de comer (penetrar) / gosta de ser comido (penetrado)
ROXO =
usa piercings / gosta de piercings
MARROM ESCURO =
faz cortes / aceita receber cortes
MARROM MÉDIO =
fornece merda (scat) / gosta de receber merda (scat)
MARROM CLARO =
É fumante (geralmente indica charutos) / gosta de fumantes
FUCSIA =
bate, spanking / quer apanhar
MAGENTA =
quer ter o sovaco lambido / gosta de lamber sovacos
ROSA CLARO =
tem consolos / quer consolos
ROSA ESCURO =
tortura mamilos / recebe tortura nos mamilos
PRETO =
quer BDSM mais pesado (dominador) / (submisso)
CINZA =
gosta, sabe imobilizar (bondage) / quer ser imobilizado
BRANCO E PRETO XADREZ =
sexo seguro (é ativo) / só faz sexo seguro (passivo)
P/R/E/T/O C/O/M L/I/S/T/R/A/S B/R/A/N/C/A/S =
quer negro passivo / quer negro ativo
BRANCO COM PONTOS COLORIDOS =
organizando suruba / procurando suruba
COM A BANDEIRA DO REINO UNIDO =
skinhead / gosta do visual skinhead




O lenço LARANJA é o único com duas definições:
1 – ele pode significar no bolso esquerdo que o cara topa qualquer coisa a qualquer hora, mas é só ativo. Em contrapartida no bolso direito significar a mesma coisa mas é só passivo.
2 – este lenço no bolso esquerdo pode significar que o cara topa qualquer coisa a qualquer hora, e não tem preferência quanto a ser ativo ou passivo. Em contrapartida, se o lenço estiver no bolso direito, pode significar que ele está só paquerando, quer papo, e não um contato sexual imediato.
Estas duas possíveis definições são o que ultimamente ocorre (antigamente só se sabia da primeira definição). Acho que o sexo muito fácil traz a vontade de bater um papo, ficar de olho, paquerar novamente à tona. Será que estou errado? Meu conselho para quem vir um lenço laranja pendurado em um bolso: que tal perguntar depois de começar um papo?
Escrevi este texto baseado no que já estudei, li, vi e fiz. Espero que fique claro que esta listagem é simplesmente DESCRITIVA (ou seja, descreve o que conheço) e não é PRESCRITIVA (ou seja, normativa, que impõe a regra), já que IMPOR algo vai contra meus princípios e também não chego nem perto desta pretensão com este site.
Onde encontrar estes lenços? Boa pergunta. Sempre procuro e pouco encontro, até que resolvi mandar fazer alguns. Outros, ganhei como um carinho de um amigo muito querido (DocLeatherman).
Espero ter ajudado a solucionar o problema de comunicação não tão raro entre os interessados em BDSM e também dado uma idéia de onde gastar uns trocados.
Boas compras.
CigarMaster

DOMINAÇÃO / SUBMISSÃO x SADISMO / MASOQUISMO

Após algum tempo longe deste novo blog (sim, havia um antigo), comecei a escrever um tópico para ser postado aqui referente a algo que exigia um conhecimento do título acima. Como penso que os maiores leitores deste blog venham, eventualmente, a ser os iniciantes, vi a necessidade de escrever sobre isto.
Não quero ser o último e melhor retentor do conhecimento sobre origem desta nomenclatura ou significado desta, mas devo colocar aqui a conclusão que cheguei após alguns anos de contato com este mundo: BDSM tem as iniciais para Bondage, Dominação, Sadismo, Submissão, Masoquismo. E, como percebemos, é uma tentativa de agrupar vários desejos, fetiches, taras, impulsos que são extremamente individuais. Simpatizo com esta tentativa, mas não acredito que todos B são D, e que todos os S são o outro S ou todos os S sejam M.
Antes de tudo, bondage é a palavra usada para imobilização. São praticantes de bondage aqueles que gostam e usam de cordas, silver tape, algemas, etc.


Visto isto, nos resta a dicotomia presente no título deste tópico.
A Dominação / submissão ocorrem quando o Mestre manda seu escravo limpar botas, ajoelhar-se diante dele, xinga, abusa, coloca uma coleira, faz seu escravo de móvel, utensílio, ou mesmo de doméstico, trabalhador braçal. Mas esta troca de poder também ocorre quando o Mestre se preocupa com seu escravo, o acolhe, cuida, zela, acompanha cada passo dado para conduzi-lo, ensina-lo seus deveres como escravo (os que estão no contrato daquela relação, claro). Isto é óbvio? Nem tanto.




Tomando como verdade que temos um Mestre consciente de seus desejos e dos desejos de seu escravo, muito provavelmente estará se enganando (e não ao Mestre) aquele escravo que pensar assim: “vou cumprir esta ordem rapidamente, assim quem sabe consigo algo que quero, ou então acabar com isso logo”. E o Mestre que pensa o seguinte: “vou dar algumas ordens assim consigo comer este cara logo, que é meu objetivo” ou então “deixa eu inventar algo para ele fazer, assim dou a impressão que sei dominar e partimos para algo que me interessa mais”.
O escravo que faz isso realmente está se submetendo? E o Mestre? Está dominando de fato ou acha que está? O que quero dizer aqui é que não existe a real Dominação / submissão sem uma entrega. Entrega das duas partes: o gozo em se praticar a Dominação / submissão é mandar e obedecer com prazer. Repreender e desculpar-se de coração. Ensinar e aprender com vontade. Guiar e ser conduzido com confiança. Olhar e ser visto com algum envolvimento.
Bom, afinal de contas somos todos adultos e estamos fazendo tudo isso por vontade própria, e por prazer, não? Qual o motivo de não sermos sinceros com o companheiro (mesmo que momentâneo)?
A sinceridade está muito ligada à entrega. É a quem sentimos uma grande sinceridade que nos ligamos. E quando retribuímos esta sinceridade é que nos entregamos. Quando há este tipo de entrega, não há vergonha em abaixar a cabeça e se ajoelhar na frente de um Mestre, ou medo de olhar para o escravo e não saber o que fazer.
A Dominação / submissão é só a ação entre um Mestre e um escravo, mas sim o envolvimento, entrelaçamento psicológico e de alma (espírito, inconsciente, como preferir) que é estabelecido entre os dois. É mais do que mandar e obedecer, ensinar e aprender. É também acreditar, confiar, cuidar e atentar para o outro. E é exatamente por isso que uma relação extrema de Dominação / submissão não tem nenhuma necessidade de conter a penetração propriamente dita, seja ela anal ou oral. Sim, então é possível tem uma relação BDSM sem a antiga referência sobre sexo que temos em nossa mente, ou seja, de penetração. O Sadismo / masoquismo é muito mais concreto. O prazer que o Sádico tem em infligir a dor e o masoquista de recebe-la é puramente física. Geralmente o Sádico tem o seu prazer tanto em proporcionar a dor ao masoquista quanto em vê-la sendo provada. O masoquista também geralmente sente prazer não só com a dor que está sentindo como quando olha para o sádico e percebe que ele sente prazer fazendo isto.


Como acredito ser tudo muito fluído neste mundo BDSM e que as coisas não sejam tão compartimentadas desta forma, acho que na maioria dos casos há uma porcentagem de Dominação / submissão e outra porcentagem de Sadismo / masoquismo. Mas também acredito que há aquelas relações extremistas. Então, é procurar saber qual é o seu estilo.

Até a próxima,
CigarMaster

DRESS-CODE

Quanto mais pesquisamos sobre LEATHERMEN e BDSM, mais encontramos referências ao couro. Especificamente o couro preto. Ao mesmo tempo, não é muito difícil ver alguém que não tenha nada a ver com BDSM vestindo couro preto. É óbvio também que alguém inteiramente conectado com o BDSM não sai sempre de casa vestindo o couro. Mas em algum encontro específico, casa apropriada para isso, ou demonstração pública de seus interesses, o couro ainda se mantém uma ótima referência.
Para iniciantes, a dica é não entrar cegamente em uma loja de couro e comprar o que achar pela frente ou mesmo mandar fazer algum adorno. Nos clubes BDSM originais no exterior, já era esperado mesmo que você tivesse suas peças de couro. O interessante agora seria pesquisar antes um pouco sobre o que os “leathermen” usam e qual o significado de cada coisa. Uma imagem equivocada pode ser passada usando os acessórios errados e uma vez que o dinheiro já saiu de seu bolso, vai ser bem chato perceber o erro.
Dependendo de sua atitude e de onde está, um par de botas (só em casos muito específicos tênis ou sapatos fazem a vez), um jeans (escuro) e uma camiseta são bem suficientes. Não é um problema se você não tem uma jaqueta, colete, “chaps”, braceletes, calça de couro ou luvas de couro. Mas é um grande problema se você veste uma coleira sem ter muito bem idéia do que isso quer dizer.
Sobre a coleira, qualquer coisa que você vista envolta do pescoço quer dizer que você tem um Dono e / ou não está livre para outros contatos. Já vi alguns usarem uma corrente no pescoço para indicar que são submissos, mas com um cadeado aberto, para sinalizar que ainda não foram “arrebatados”. Analisando um pouco de perto esta atitude, acho que um cadeado aberto no pescoço de um submisso indica que ELE tem a chave. Contraditório, me parece, não? E além: o próprio submisso saiu e comprou uma corrente (coleira, que seja)? Se eu quiser dominá-lo, posso usar uma coleira minha ou TENHO que usar a dele? Já vi alguns Mestres / Dominadores com uma coleira (ou guia) pendurada no cinto ou passador da calça. Isso é um bom indicativo de que estão atrás de um submisso / escravo.

Os arreios são um pouco mais fáceis de categorizar. Aqueles que têm uma coleira ou consolo acoplado, um cinto de castidade, obviamente servem para os escravos / submissos.

Quanto aos braceletes, repare no braço em que estão. No braço esquerdo, indica que é um Mestre / Dominador. No braço direito, o contrário: submisso / escravo. E quando há braceletes nos dois braços? O “leathermen” pode querer dizer que é um switcher (aquele que varia dentro dos papéis de Dominador / Mestre versus escravo / submisso). Não sei até onde isso confere, mas acredito que mesmo os switchers indicam sua preferência com o tamanho ou importância que dão ao bracelete de cada lado.
As botas são realmente difíceis de errar. Para uma imagem mais dentro do BDSM, acho que não são aconselháveis botas estilo country (a não ser que ESTA seja a intenção). Também descarte as mais enfeitadas, coloridas, ou mais “fashion” ou “estilosas”. Botas são para parecerem grossas, masculinas. Há inclusive os que esperam encontrar botas sujas, gastas e mal-tratadas. E se você vir um cara usando botas muitíssimo lustradas e dando um destaque especial para o par, provavelmente está atrás de um bom “boot service”, ou seja, um lustre de língua.
Sobre cintos e calças de couro não há tanto o que falar. Não sendo (novamente) “fashion” ou “estiloso” demais, não acredito no erro. E, claro, preferivelmente pretos e a calça quanto mais básica, melhor. Se falta a calça de couro, um bom e velho jeans (o mais escuro possível) resolve a situação.
As camisas de couro preto são geralmente bem bonitas e muito quentes também. Eu tenho uma e não consigo usar com esta temperatura de Angola que temos aqui. Mas tenho um amigo que resolveu o problema comprando uma camisa de couro inteiramente perfurada (feita para a transpiração). Quase imperceptíveis, estes furos resolvem nosso problema tropical.
Não havendo uma camisa de couro, uma boa camiseta sem estampa faz a vez. As que não valem mesmo são as coloridas. Se vestir isto, com certeza quebrará o visual. A preta é a melhor escolha. Uma camiseta inteiramente branca vai destoar menos do que uma tentativa mais ousada. Garanto.
Quanto aos acessórios mais específicos como por exemplo “chaps”, botas altas de borracha, jockstraps, armbands e quepes, não há muito o que pensar. São interesses bem específicos.
De uma forma geral, o que deve ser usado em um encontro / casa específica BDSM parte do princípio de não parecer uma árvore de Natal, não se preocupar tanto com a moda, em ser “estiloso” demais, e sim tentar passar alguma idéia sobre seus gostos e interesses.
Antes que seja tarde demais para avisar: sem perfume.

Até mais,
CigarMaster